“Monte” é o nome que se dá a uma típica quinta nas regiões do sul de Portugal, caracterizada por ter uma casa térrea no topo de uma colina e os seus terrenos circundantes.
O nome “CASTELEJA” foi dado por um arqueólogo que descobriu neste local ruínas de um pequeno castelo da época dos romanos.
Foram também encontrados, dentro e ao redor do perímetro da quinta, pedaços de cerâmica e mosaicos, que se concluiu serem vestígios de uma actividade vitícola, aqui desenvolvida também nesse período histórico.
Os arqueólogos acreditam que Lagos, inicialmente chamada de “Lacobriga” nasceu neste vale com o mar chegando muito perto da propriedade nessa época.
O Produtor: Guillaume Leroux
Vigneron – vitivinicultor engarrafador
Após alguns anos de formação e experiência em enologia, Guillaume Leroux concretizou em 1999 o sonho de ser vigneron na quinta que herdou do seu avô, originando o Monte da Casteleja.
O seu pai, de origem francesa, introduziu-o no mundo do vinho, mostrando como se prova e cuida de um vinho, levando-o a descobrir as suas diferenças e subtilezas. Mais tarde, durante as suas viagens e estudos, Guillaume percebeu o grande potencial dos vinhos portugueses e rapidamente se tornou num apaixonado pela sua riqueza e complexidade.
Movido pela vontade de fazer um bom vinho numa região considerada “difícil”, desenvolveu ao longo destes 20 anos um estilo próprio e conquistou uma clientela fiel aos vinhos de terroir.
Na adega o produtor alia técnicas como a pisa a pé, a fermentação com engaço e o estágio em tonéis, a uma enologia moderna, mantendo viva a arte secular e mágica da vinificação.
- Licenciatura em Viticultura – Enologia 1990 – Montpellier- França.
- Pós Graduação Viticultura – Enologia 1995 – Escola Superior de Biotécnologia do Porto em colaboração com a Universidade Charles Sturt-(Wagga Wagga) – Austrália.
- Percurso Profissional de 1991 a 1996:
- TAYLOR FLADGATE & YEATMAN , Vinhos do Porto S.A.
- MONTEZ CHAMPALLIMAUD LDA , Quinta do Côtto
– Vintages e Quinta do Paço de Teixeiró. – QUINTA DO TEDO .
Um terroir especial… e biológico
As castas, o solo, o clima e o minucioso trabalho do homem. O “terroir” é a combinação entre estes principais factores, capazes de dar forma e identidade a um vinho.
Beneficiando de condições naturais que conferem características distintivas ao seu vinho, tais como os solos argilo-calcários e a proximidade do mar, Guillaume optou pelo cultivo de castas locais, nobres e raras, como é o caso do Bastardo e do Perrum, para preservar as tradições regionais. Utiliza métodos culturais que visam a melhoria dos solos, dos recursos hídricos e da biodiversidade.
O MONTE DA CASTELEJA encontra-se em MODO DE PRODUÇÃO BIOLÓGICO desde 2008 certificado pela Certiplanet.
A agricultura biológica é um modo de produção agrícola que garante a preservação do meio ambiente, da biodiversidade e do futuro da terra.
De maneira a reduzir as necessidades de água tornou-se muito importante diminuir a força e o vigor da vinha. Por isso incrementou-se o número de plantas por hectare, diminuindo a distancia das linhas e aumentando assim a competitividade, forçando as raízes procurarem as camadas mais profundas.
Com a proximidade do mar a humidade é alta e as plantas sofrem de um menor stress hídrico no verão, fazendo uma maturação lenta e prolongada.
A decisão de instalar rega seria prioritária, mas prevendo a dificuldade de gerir o enorme vigor a que as plantas estariam sujeitas e constatando o gradual aumento da salinidade na água dos aquíferos locais, decidimos não regar a vinha no sistema artificial de gota a gota. Quando é absolutamente necessário tentamos “imitar” a natureza regando apenas durante uma noite, como se de uma enorme chuvada se tratasse.
Nesta região os ventos do norte, as chamadas “nortadas”, sopram frequentemente no final dos dias do verão, refrescando as noites e conferindo maior concentração de cor e aromas aos bagos.
A vindima “à moda antiga”
Uma das épocas mais importantes do do ano no Monte da Casteleja é a das vindimas.
Trata-se de colher os frutos do trabalho de um ano, em poucos dias, já imaginando a alquimia que os transformará em deliciosos vinhos.
Apesar de ser um período de grande trabalho, concentração e rápidas decisões, é sempre acompanhado de muita energia humana, tornando os dias e noites de vindima em festa e muita emoção.
Desde o seu início em 2002, que fazemos a vindima “à moda antiga”, com o trabalho manual de selecção e corte das uvas, transporte para a adega em caixas de 15kg, seguido da pisa em lagar das melhores uvas ao fim do dia, como ainda se faz nos melhores vinhedos do Douro.
A vindima do Monte da Casteleja já começa a ter no seu elenco, cada vez mais e mais interessados em passar um dia no campo, debaixo de um sol abrasador de Agosto, por entre cepas carregadas e gente voluntariosa, e que faz do nosso vinho um concentrado de sinergias muito ricas e poderosas.